Nascido em Congonhas, estado de Minas Gerais-Brasil, José Pedro de Freitas (1921-1971) se tornou Zé Arigó (significa matuto, caipira) no coração do povo e, principalmente, na esperança de milhões de pessoas em busca de cura, que o procuraram durante os 20 anos de mediunidade, sempre voltada a atender doentes, sem jamais cobrar um centavo sequer.
Segundo muitos estudiosos, Arigó era dotado de faculdades mediúnicas excepcionais e foi justamente isso que lhe permitiu diagnósticos tão precisos, que suscitaram inclusive a curiosidade de uma equipe de médicos norte-americanos.
Em 1963, Dr. Andrija Puharich, médico e pesquisador que prestava serviços ao Governo Americano, e Henri Belk, fundador de uma fundação para pesquisa de fenômenos paranormais, deslocaram-se até Congonhas, acompanhados por dois intérpretes da Universidade do Rio de Janeiro e por Jorge Rizzini, conhecido pesquisador espírita brasileiro, para iniciar uma pesquisa com Zé Arigó.
Jorge Rizzini se ofereceu para filmar qualquer coisa que os americanos julgassem ser uma prova conclusiva. Como, porém, encontrar algo de imediatamente verossímil, que convencesse mesmo os espectadores mais céticos?
Dr. Puharich era portador de um tumor, sem caráter maligno, um lipoma, há mais de sete anos, dentro do cotovelo esquerdo, que, apesar de indolor, incomodava um tanto. Uma cirurgia normal levaria cerca de 20 minutos para removê-lo. Depois de angustiosa indecisão, Dr. Puharich resolveu pedir a Arigó para extirpar o lipoma. Foram feitos todos os preparativos para a filmagem do evento.
Quando Puharich chegou à clínica, na manhã seguinte, Arigó, ou melhor, Dr. Fritz virou-se para os pacientes que já enchiam a sala e perguntou, com seu forte sotaque alemão: – Alguém aí tem um bom canivete brasileiro para usar neste americano?
Embora horrorizado, Puharich não podia mais recuar. De todos os lados apareceram canivetes. Dr. Fritz escolheu um e voltou-se para o paciente: – Arregace a manga, doutor.
Nervosamente, o americano verificou a colocação da câmera. Rizzini posicionou-se para a filmagem.
– Olhe para lá! – recomendou Dr. Fritz.
Alguns segundos depois, Puharich sentiu na palma da mão algo macio, juntamente com o canivete. Era o lipoma. Olhou para seu braço e notou a parte onde ficava o tumor totalmente desinchada. Havia apenas uma pequena incisão, de menos de cinco centímetros de comprimento e uma pequena quantidade de sangue. O americano experimentou apenas uma vaga sensação e declarou mais tarde:
– Nada senti. Não podia acreditar no que aconteceu e, entretanto, acontecera, pois quanto a isso, não pode haver mais dúvida.
A cirurgia não foi seguida de qualquer infecção e o ferimento cicatrizou completamente. O filme de Rizzini ficou muito nítido e mostrou que a operação durara apenas cinco segundos. Os americanos não tiveram mais dúvidas e ficaram totalmente convencidos da veracidade dos fenômenos.
As pesquisas iniciadas por Puharich e seu colega Belk foram continuadas por outros médicos de sua equipe durante os cinco anos posteriores. Muitos nomes conhecidos internacionalmente passaram dias em Congonhas, portando sofisticada aparelhagem, com a finalidade única de estudar os trabalhos de Zé Arigó/Dr. Fritz.
Realmente, o fenômeno Zé Arigó foi um dos casos de mediunidade mais extraordinários em todo o mundo, e até sua morte, em 11 de janeiro de 1971, vítima de acidente automobilístico na BR-040, ele foi citado e comentado em todas as revistas internacionais de grande projeção.
Seus biógrafos registram que Arigó, já havia atendido mais de quatro milhões de doentes, quando teve um sonho com um crucifixo negro, convencendo-se de sua morte próxima.